Qual é a importância do trabalho para as pessoas? Considerando a longevidade, é possível prever que os profissionais mais velhos poderão estar no mercado de trabalho mesmo aposentados, realidade brasileira já encontrada em diversas atividades, com a premissa da saúde física e psicológica e atualizações técnicas correspondentes às responsabilidades no trabalho.

Na história da sua evolução, o trabalho é advento importante para a sociedade, tanto quanto a família e a falta de algum trabalho ou o desemprego pode gerar, em algumas pessoas, a lacuna do senso de pertencimento social. A partir dos 50 anos de idade, o trabalho torna-se seletivo e como um processo de natureza imperdoável, infelizmente, as chances produtivas e remuneradas vão se afunilando à medida do envelhecimento.

O empreendedorismo é uma discussão à parte – a meu ver um processo positivo, considerando disponibilidade financeira e habilidades representativas. Há algum tempo ouvi de um senhor, que acabara de perder o seu emprego em uma grande indústria, a sua preocupação em retornar ao mercado de trabalho rapidamente, devido ao seu salário mensal ser o único provimento de renda da família. A empregabilidade para as pessoas com mais de 50 anos, em algumas empresas, passa por atitudes de ageísmo, falta de oportunidades e novos aprendizados.

As pessoas com baixa escolaridade, atualizações tecnológicas e de competências são consideradas de baixa empregabilidade, e, portanto, suscetíveis ao desemprego e tendência de atuação em trabalhos temporários e complementares de renda financeira, denominados bridge jobs.

Há alguns anos, conheci o Sr. Sérgio, um profissional que, aos 70 anos, atuava como gerente de uma área técnica em uma seguradora. O que me chamava a atenção era a sua disposição em trabalhar mais do que 8 horas por dia, a sua dedicação com a equipe de funcionários; de diversas idades, a sua atualização profissional em se tratando de processos, concorrência e mercado de trabalho a ponto de ser uma pessoa diferenciada na empresa. Hoje, provavelmente o Sr. Sérgio deve estar aposentado efetivamente, pois já era um sonho estar mais próximo da família.

Alguns líderes de empresas com quem conversei sobre a empregabilidade e a carreira de pessoas com mais de 50 anos de idade reforçam a importância de se investir em conhecimentos, fazer o que gosta ou ter vocação no que faz, ser uma pessoa comprometida profissionalmente e, acrescento o comprometimento com a qualidade de vida pessoal, ser uma pessoa disponível a novos aprendizados e desafios e, isso inclui a tecnologia e, ser um profissional generativo – orientador de pessoas e participativo nas transformações para um mundo melhor.

As pessoas com mais de 50 anos de idade acreditam que são empregáveis e assim, deixo algumas sugestões: administrem sua carreira e saúde, se valham do autoconhecimento e do desenvolvimento técnico e comportamental, priorizem as competências que dominam e que tenham clareza sobre o valor que agregam à sua profissão e/ou empresa que atuam.

Aos líderes de empresas, os grandes responsáveis pela empregabilidade das pessoas, que sejam os co-sponsors da cultura organizacional integrativa e multigeracional.

Aos profissionais da área de RH das empresas, estendo a importância do estabelecimento de políticas internas sobre os 50+ e que os itens ou assuntos das políticas estejam nas pesquisas internas sobre cultura e clima organizacional, por exemplo, que promovam programas de desenvolvimento às lideranças sobre trabalhar com diferentes gerações, raças e gêneros e que possibilitem a esses profissionais, os 50+, a função de mentores de outras pessoas da empresa.

 

Artigo escrito com carinho por Profa. Dra. Maraí De Freitas Maio Vendramine