Um texto, que também pode ser considerado um relato, sobre como as boas e velhas AMIZADES contribuem para uma melhor qualidade de vida e a passar pelos momentos de dor, principalmente na terceira idade.

Esse artigo fala da importância dessas amizades para os acontecimentos da vida e tem como objetivo refletirmos juntos sobre a valorização das grandes amizades e dos relacionamentos, especificamente entre as pessoas acima de 50 anos e idosos.

Assim como eu, Solange Vilella (que falo aqui com você), acredito que ninguém se prepara para a morte súbita, aquela que vem e leva tudo, que arrasta tudo que está à frente como a correnteza de um rio e deixa apenas a sensação de deserto, sem vida, sem chão.

São escassos os registros que falam das amizades entre o público 50+ e idosos, porque relatam um conceito de amizade que se relaciona a fatores de risco como solidão, depressão, imobilidade e suicídio.

Essa observação torna a temática muito relevante e nos faz refletir sobre a importância do trabalho de uma equipe multidisciplinar no processo da construção de novas amizades na vida de pessoas acima de 50 anos e idosos em diferentes contextos.

O apoio de um amigo pode contribuir para melhorar a autoestima, o amor, o afeto e o equilíbrio psíquico e social de quem está passando por um momento difícil na vida. É evidente que a importância da amizade está em todas as fases da vida, mas é na ausência de um ente querido, seja por abandono ou por morte, que o amigo passa a exercer funções de verdadeiro comprometimento e humanidade.

O amigo se torna a principal fonte de qualidade de vida, pois o outro se torna a morada da boa conversa, confiança, confidencialidade e mais prazer em viver seu dia a dia. E analisando do outro lado, o amigo no âmbito asilar é considerado como um componente da rede social do idoso de extrema importância.

Cabe frisar que o luto contribui para alterar os sentimentos, as sensações físicas, a cognição e o comportamento. Faz-se necessário, portanto, que os profissionais deem muita atenção aos idosos, em face da vulnerabilidade e fragilidade a que estão expostos em situações como essa.

Em linhas gerais, as relações interpessoais dentro do contexto das relações sociais são uma forma de afastar a solidão, manter uma vida mais saudável e ampliar seus conhecimentos por meio das vivências e trocas de experiências.

A abertura em fazer novos amigos dentro do grupo influencia também a abertura para fora do grupo. Isso acontece em razão da diminuição da timidez ao se comunicar e do aumento da segurança e da autoestima.

Há que se refletir de forma mais profunda sobre as relações de amizade nos grupos de convivência, haja visto sua importante contribuição e a melhoria das condições de vida das pessoas idosas. As pessoas que possuem convivência diária com amigos têm comportamentos mais abertos de amizade, são mais felizes e menos ansiosas. E embora não tenham consciência e força sobre as questões econômicas ou políticas, ainda influenciam com suas atitudes verdadeiras.

Ter um amigo é bom em todas as fases da vida, afinal, como já dizia a música de Milton Nascimento: “Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito” …

Acontece que, na terceira idade, as relações sociais são ainda mais importantes, pois são determinantes para que os idosos não se sintam abandonados e sozinhos, o que pode desencadear problemas físicos e mentais.

Esses fortes laços de amizade na terceira idade ajudam a manter a saúde em dia e a ser uma pessoa mais descontraída. Ficar sozinho em casa sem nenhuma atividade física é um fator que aumenta consideravelmente o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer.

A questão da vida social na terceira idade deve ser tratada com seriedade. Isso significa que é extremamente importante inserir os idosos em atividades, especialmente em conjunto, pois é através dessas atividades que é possível melhorar a memória, a atenção e os aspectos cognitivos, evitando ou retardando o aparecimento de diversas doenças.

 

Então, podemos afirmar que quem tem amigos:

  1. Pode evitar a depressão

Especialmente entre as pessoas que vivem sozinhas, a solidão pode ser uma grande inimiga, causando desânimo e deixando-as tristes, podendo levar até mesmo à depressão. Para evitar que isso aconteça, as interações sociais e as amizades são essenciais. Quando esses idosos participam de grupos, atividades, ou mesmo quando se sentam com outras pessoas para conversar, se sentem queridos e motivados, lhes proporcionando bem-estar e evitando o surgimento da depressão e da ansiedade.

  1. Pode evitar o sedentarismo

Ter amizades e manter as relações sociais em dia é um grande estímulo para que os idosos sintam vontade de realizar atividades físicas em grupo. Isso acontece porque, quando estão com outras pessoas com as quais se sentem confortáveis ou quando conhecem um novo grupo no qual são acolhidos, os idosos se sentem seguros e queridos, estimulando a vontade e o prazer em fazer parte daquele grupo e, consequentemente, daquela atividade.

  1. Pode compartilhar com leveza as suas histórias de vida

A amizade é fundamental para um envelhecimento saudável. Cultivar relações afetivas ajudam a manter a saúde física e mental. Também permite manter as suas histórias de vida e, consequentemente, colabora para te manter vivo.

 

Vou aproveitar este artigo sobre amizade para falar de um assunto muito delicado e doloroso. A dor do luto. A verdade é que nós nunca estamos preparados para a perda de alguém querido.

Há dois anos, eu me deparei com o momento mais cruel da minha vida: a perda do meu marido, após 38 anos de vida em comum. Esperávamos a aposentadoria para aproveitar mais os momentos juntos, após uma vida de muito trabalho e dedicação. Havia muito companheirismo, paixão e amor.

Ele foi um exemplo! Nos deixou no melhor momento de sua vida, dois meses antes de se aposentar. Jamais imaginávamos que a sua passagem por esta vida estava tão próxima.

Sabemos que quanto mais próximos da velhice, mais preparados devemos ficar! Mas diante da perda de forma precoce e repentina é muito difícil entender…

Pensar que nunca mais você poderá ver, sentir, falar com o outro após tanto tempo de vida em comum acaba nos parecendo irreal.

Se posso dar um conselho a você nesta vida, é que você ame mais quem está ao seu lado, releve coisas que não tem importância e digam muito *eu te amo* um para o outro.

A vida é breve (peço licença ao músico Cazuza)! Viva intensamente cada momento para o bem, e para o amor! ISSO FAZ A VIDA VALER A PENA!

Seja verdadeiro, seja intenso com o seu AMIGO também!

Mantenha sempre bons amigos por perto. Pode ter certeza de que isso valerá a pena neste momento de dor! E seja o ombro de alguém que precisa! Isso fará toda a diferença.

E você? O que faz para manter os vínculos de amizade ao longo do tempo?

 

Com amor, Sol!

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